"...Eu adivinho coisas que não têm nome e que talvez nunca  terão. É. Eu sinto o que me será sempre inacessível. É. Mas eu sei tudo.  Tudo o que sei sem propriamente saber não tem sinônimo no mundo da fala  mas me enriquece e me justifica. Embora a palavra, eu a perdi, porque  tentei falá-la. E saber-tudo-sem saber é um perpétuo esquecimento que  vem e vai como as ondas do mar que avançam e recuam na areia da praia.  Civilizar minha vida é expulsar-me de mim. Civilizar minha existência a  mais profunda seria tentar expulsar a minha natureza e a supernatureza.  Tudo isso no entanto não fala de meu possível significado. O que me mata é o  cotidiano. Eu queria só exceções. Estou perdida: eu não tenho  hábitos..."
 
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