Eu  sei amar. Mas não sei  fugir. Por isso, não tente me parar. Não me peça  para não ir. Não me  diga para tomar cuidado, eu não sei amar mais ou  menos. Quando eu  decido, eu vou. Me entrego, me arrisco, me corto, me  estrepo, azar meu,  sorte minha que nasci assim: vim ao mundo para  sentir. Meu coração se  esgarça, a vida se desfaz, me embolo em mim  mesma, dou nó. E daí ? A  vida é minha. O amor é meu. Me dou de bandeja  pra quem eu quiser. Você  aí quer? Quer mesmo? Então leva. Mas leva tudo.  Leva e não devolve. Só  devolve se eu pedir. Amor não tem  garantia, mas tem devolução.  Pode começar do nada, pode acabar  de repente, pode não ter fim. Mas  tem sempre o meio. Amor tem gosto de  pele, língua e segredo. Amor tem  gosto de cobertas, descobertas e  travesseiro. Você imagina quantas  meninas existem em mim? Toda mulher é  uma surpresa, uma torta  mil-folhas, um bombom diferente em um lindo  papel celofane. Quer  provar? Eu posso acordar doce, ficar amarga e até  dormir ácida sem você  perceber. Mas eu quero que você perceba. Eu quero  que você se alimente  do que há de melhor e pior em mim. Eu quero te  mostrar cada gosto, te  misturar, te revirar o estômago, te virar do  avesso, jogar a receita  fora. (Nada de banho-maria!). O amor não  tem regras, o desejo não  tem limites. Minha boca é do tamanho do  meu coração.
  
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