25 de abril de 2010

"Mulheres são seres que não aguentam as respostas mas são obcecadas pelas perguntas."
"Eu me descubro ainda mais feliz a cada pedaço seu e de tudo o que é seu. Às vezes você é tão bobo, e me faz sentir tão boba, que eu tenho pena de como o mundo era bobo antes da gente se conhecer. Eu queria assinar um contrato com Deus: se eu nunca mais olhar para homem nenhum no mundo, será que ele deixa você ficar comigo pra sempre? Eu descobri que tentar não ser ingênua é a nossa maior ingenuidade, eu descobri que ser inteira não me dá medo porque ser inteira já é ser muito corajosa, eu descobri que vale a pena ficar três horas te olhando sentada num sofá mesmo que o dia esteja explodindo lá fora. E quando já não sei mais o que sentir por você, eu respiro fundo perto da sua nuca, e começo a querer coisas que eu nem sabia que existiam."
"Fico cansado do amor que sinto, e num enorme esforço que aos poucos se transforma numa espécie de modesta alegria, tarde da noite, sozinho neste apartamento no meio de uma cidade escassa de dragões, repito e repito este meu confuso aprendizado para a criança-eu-mesmo sentada aflita e com frio nos joelhos do sereno velho-eu-mesmo:
- Dorme, só existe o sonho. Dorme, meu filho. Que seja doce. Não, isso também não é verdade."
— O sol está se pondo, você viu? A parte de baixo dele já começou a desaparecer no horizonte.
— Então a esta hora deve estar amanhecendo no Japão.
— Onde?
— No Japão. Do outro lado do mundo.
— Ah, os antípodas.
— Pois é, os antípodas.
— An-tí-po-da é uma palavra horrível, não?
— Melhor que artrópodes.
—Hein?
(silêncio)
— Eu quero me matar.
(silêncio)
— Eu estou apaixonada.
— Você quer se matar porque está apaixonada?
— Acho que sim.
— Mas você só tem dezesseis anos.
— E o que que tem? Não sei quem foi que disse que a gente devia se matar na adolescência, quando as coisas ainda são bonitas.
— As coisas não são bonitas? Não. Odeio cada pedra desta cidade. Cada porta. Cada casa. Cada cara que passa por mim na rua. Odeio, odeio.
— Mas não se mate.
(silêncio)
— Por favor.
— Por favor o quê?
— Não se mate.
— Ah, esquece. O sol está indo embora. Só falta um terço dele.
— Ninguém se mata por amor.
— Agora só tem uma lasquinha dele, bem vermelha.
— Olha, uma vez eu li um cara, um escritor chamado Cesare Pavese, que dizia assim:
“Ninguém se suicida por amor Suicida-se porque o amor, não importa qual seja, nos revela na nossa nudez, na nossa miséria, no nosso estado desarmado, no nosso nada“.
— E o que aconteceu com ele, esse tal Cesare?
— Se matou.

22 de abril de 2010

"Então você está confusa com seus sentimentos. Ele apareceu tão de repente na sua vida, com aquele brilho manso no olhar, com aquela meiguice na voz, sem pedir coisa alguma, meio como um Pequeno Príncipe caído de um asteróide. A princípio você nada percebeu de diferente. O susto veio quando você se lembrou das palavras da raposa, explicando ao Pequeno Príncipe o que era ficar cativo:É assim. A princípio você senta lá e eu aqui. Depois a gente vai ficando cada vez mais perto. Os passos de todos os homens me fazem entrar dentro da minha toca. Mas os seus passos me fazem sair..."

18 de abril de 2010

Espatódea (Nando Reis)

Minha cor
Minha flor
Minha cara

Quarta estrela
Letras, três
Uma estrada

Não sei se o mundo é bom
Mas ele ficou melhor
Quando você chegou
E perguntou:
Tem lugar pra mim?

Espatódea
Gineceu
Cor de pólen

Sol do dia
Nuvem branca
Sem sardas

Não sei o quanto o mundo é bom
Mas ele está melhor
Desde que você chegou
E explicou
O mundo pra mim

Não sei se esse mundo está são
Mas pro mundo que eu vim já não era
Meu mundo não teria razão
Se não fosse você*


"Um dia eu descobri que se soubesse que já gostava dele, teria feito tudo diferente. Teria compartilhado quando só eu recebia. Teria deixado meus olhos brilharem pra ele... Eu que tinha nele a certeza de um abrigo de paz, de um abraço acolhedor, tive depois um olhar ferido e acusador em minha direção.
Ele que me quis quando eu não o queria, eu que o quero quando já não me quer. Seguimos assim: desencontrados..."
"Eu tenho medo de amar você. Tenho medo dos seus olhos que dizem tantas verdades pra mim e que me fazem sentir a menina de vestido rodado que comeu chocolate antes do jantar. Tenho medo das suas mãos que conhecem cada polegada das minhas curvas e deslizam por elas acabando sempre na minha nuca me fazendo um cafuné. Tenho medo da sua boca que não me diz muita coisa, mas consegue com perfeição divina calar a minha que diz tantas coisas desnecessárias. Eu tenho medo de amar você, porque amar você é me questionar se você ama à mim também."
Quando terminei de falar, senti foi a dentada da tristeza em meu peito. Eu fui andando, andando, quase olhei pra trás e pedi que desconsiderasse aquilo tudo. Mas não dava pra desmanchar aquele ponto final. Não se remove um "adeus" com um "esqueça tudo que eu disse". É que eu pensava que nem ia doer. (Nem deixei que ele me tocasse, eu não tinha tempo pra arder).E foi com meu coração disparado que apressei o passo e ganhei estrada.Eu respirava fundo chamando a tranqüilidade de volta.Mas ela não veio.Enquanto me afastava, pensei que eu tava indo embora de tudo nele.E sei que fiquei como um ranço, algo que lateja até que se perdoe. Era ele aprisionado na lembrança do que eu havia sido. Só tive paz mesmo, quando o seu coração desmanchou o hematoma da saudade num choro compulsivo, no colo do melhor amigo. Porque nem calma eu tinha pra ajudar.A carne sempre fraca pra afagar, acabava indo mais longe e tudo voltava ao antigamente.Aí eu tive que ficar quieta no meu canto, toda lacerada pela falta.Foi um período solitário em que vivi o luto necessário.Ele nem desconfiou que eu também estava triste, talvez se sentisse melhor se soubesse.Mas eu tinha que fazer valer minha palavra, demorei muito tempo tomando coragem.Demorei muito tempo desparafusando aquela gaiola e, depois, reaprendendo a voar.

Tive ímpetos de escrever uma carta falando das qualidades dele, de tudo que havia me feito crescer. Mas quando fui escrever só consegui dizer: desculpe, não se pode negociar com a paixão.Porque eu também não entendo às vezes esses caminhos que a vida tece.E nós que morávamos um no outro, ficamos sem casa.
Perdoe a falta de abrigo, é que agora eu moro no caminho.
Quando terminei de falar, senti foi a dentada da tristeza em meu peito. Eu fui andando, andando, quase olhei pra trás e pedi que desconsiderasse aquilo tudo. Mas não dava pra desmanchar aquele ponto final. Não se remove um "adeus" com um "esqueça tudo que eu disse". É que eu pensava que nem ia doer. (Nem deixei que ele me tocasse, eu não tinha tempo pra arder).E foi com meu coração disparado que apressei o passo e ganhei estrada.Eu respirava fundo chamando a tranqüilidade de volta.Mas ela não veio.Enquanto me afastava, pensei que eu tava indo embora de tudo nele.E sei que fiquei como um ranço, algo que lateja até que se perdoe. Era ele aprisionado na lembrança do que eu havia sido. Só tive paz mesmo, quando o seu coração desmanchou o hematoma da saudade num choro compulsivo, no colo do melhor amigo. Porque nem calma eu tinha pra ajudar.A carne sempre fraca pra afagar, acabava indo mais longe e tudo voltava ao antigamente.Aí eu tive que ficar quieta no meu canto, toda lacerada pela falta.Foi um período solitário em que vivi o luto necessário.Ele nem desconfiou que eu também estava triste, talvez se sentisse melhor se soubesse.Mas eu tinha que fazer valer minha palavra, demorei muito tempo tomando coragem.Demorei muito tempo desparafusando aquela gaiola e, depois, reaprendendo a voar.

Tive ímpetos de escrever uma carta falando das qualidades dele, de tudo que havia me feito crescer. Mas quando fui escrever só consegui dizer: desculpe, não se pode negociar com a paixão.Porque eu também não entendo às vezes esses caminhos que a vida tece.E nós que morávamos um no outro, ficamos sem casa.
Perdoe a falta de abrigo, é que agora eu moro no caminho.
" (...) Ela tem um medo assombroso de mim, do quanto posso feri-la. Eu tenho um medo danado dela, porque é bem capaz de viver sem mim. A linda cretina nunca disse que não vive sem mim, acredita? Nunca, nem dormindo…

O amor dela é tranquilo, imutável, o meu é para agora, renovável. Ai se ela não demonstra apego numa tarde, mergulho em surto. Ela não depende de jura e declarações, está bem assim, cercada de um silêncio atento, sabendo que a amo. Quando preciso dela, ela supõe que é drama e mais uma artimanha para ser o centro dos acontecimentos. Quando ela precisa de mim, eu deduzo que ela procura se afastar e perdeu o interesse. (...)"
"Fiquei feliz em poder sentir tua falta, - a falta mostra o quão necessitamos de algo/alguém. É assim o nosso ciclo. Eu te preciso. Perto, longe, tanto faz. Preciso saber que tu está bem, se respira, se comeu ou tomou banho - com o calor que está fazendo neste verão, tome pelo menos uns três ao dia, e pense em mim, estou com calor também. Me faz bem pensar nessas atividades corriqueiras, que supostamente você está fazendo. Ah, e eu estou te esperando, com meu vestido curto, óculos escuros grandes e meu coração pulsando forte, e te abraçar até sentir o mundo girar apenas para nós. É, eu gosto muito de ti."
"Nem sempre quis que desse certo uns relacionamentos, eram fracos, não me estremeceram, [...] Outros de tão grandiosos me assustaram, então eu pulava fora do barco, afinal era felicidade em demasia o que aquela outra pessoa me propunha. Sabe, eu não tinha tanta coisa assim para retribuir, meu poço era raso demais para a pessoa mergulhar de cabeça, e na verdade ela era é um poço muito fundo e denso, e eu nunca soube nadar. Alguns foram amenos e doces, me surpreendiam com seus atos de amor platônico, eram surreais, eram os mais perigosos, pois não tinham um laço com o real, foram eles que me deram a loucura de poder sonhar e de acreditar nas coisas mais impossíveis, e esse negócio do improvável era o que mais me atraía. Esses eu queria, alguns levei para casa, cuidei, reguei, abracei para dormir, fiz poemas, tatuagens, fiz lista com nomes de filhos. Mas um dia, quando menos se espera, a realidade toca a campainha e invade os cômodos de um amor idealizado e tudo termina. Esses são os amores que mais doem e os que eu mais me entrego."

15 de abril de 2010

"Ele me dá vontade de viver (...) Ele me dá vontade de cantar, de rir, de ser feliz! Me dá força, me dá fé."
"E eis que você estava lá do meu lado. Foi bonito."


é bonito, sempre é!

14 de abril de 2010



Dan: - Eu te amo!
Alice: - Onde?
Dan: - O quê?
Alice: - Me mostra! Cadê esse amor? Eu não o vejo. Não posso tocar nele. Eu não sinto. Eu te ouço, escuto umas palavras... mas não posso fazer nada com suas palavras vazias.
"Eu espero tá?
Só pra provar pra você que amor como esse não se mede com fita métrica, muito menos por calendário."

"Estou começando a entender os encontros. O que tenho que fazer é sentar e observar um estranho tentar me impressionar das formas mais idiotas e escolher o menos asqueroso."

"É engraçado o que um jovem consegue se lembrar.
Porque eu não me lembro de quando eu nasci.
Nem do que ganhei no meu primeiro natal.
Nem de quando fui no meu primeiro piquenique mas, me lembro da primeira vez que ouvi a voz mais doce do mundo, nunca tinha visto nada mais belo em toda minha vida.
Ela parecia um anjo."
"Todos já amamos, mas só sabemos que não é amor de verdade quando tudo acaba.
E se não existir um cara?
Ou dois, ou três, ou quatro, ou cinco?
E se o amor de verdade não existir e estivermos com medo de admitir isso?
Nós nos produzimos, fingimos ser algo que não somos, viramos nossa vida do avesso e nos perdemos em algo que sonhamos ser melhor do que o que achamos que somos.
E se aquilo que procuramos simplesmente não existir?
Por que tudo tem que ser tão... apenas tão?"
Summer - Eu não acredito em amor.
Tom - Porque não?
Summer - Porque ele não existe.
Tom - Como sabe que ele não existe?
Summer - Como sabe se ele existe?
Tom - Vai saber quando sentir.

13 de abril de 2010

"Aqui vai a verdade sobre a verdade:
ela machuca,então a gente mente!"

"O amor não é de palavrinhas ridículas.
O amor é de grandes atitudes.
O amor é sobre aviões levando faixas sobre estádios.
Propostas em telões. Palavras gigantes escritas no céu.
O amor é ir mais além, mesmo que doa, deixando tudo para trás.
Amor é encontrar uma coragem dentro de si mesmo que você nem sabia que tinha."
"Uma coisa é mais do que certa, a vida nunca foi tão doce."

então, que seja doce, que seja doce, que seja doce, que seja doce, que seja doce, que seja doce, que seja doce!

Pintor: Ela prefere imaginar uma relação com alguém ausente do que criar laços com aqueles que estão presentes.
Amelie: Hummm, pelo contrário. Talvez faça de tudo para arrumar a vida dos outros.

Pintor: E ela? E as suas desordens? Quem vai pôr em ordem?



"E eu estou decepcionando, a mim mesmo, satisfazendo você."
"Ela nunca soube estabelecer uma relação com os outros. Quando era criança estava sempre só."
"Não há nada entre nós. Nunca houve nada entre nós. Apenas ar."

12 de abril de 2010


"I just, don’t feel comfortable
being anyone’s girlfriend.
I don’t actually feel comfortable
being anyone’s anything."



"O que eu gosto em você é que a acho completamente única.

E portanto, imprevisível."

"Nunca houve dois corações mais abertos, nem gostos mais semelhantes, ou sentimentos em tanta sintonia."

Das pequenas felicidades...


Que eu quero preservar!

"Ele sorriu. Estendeu as mãos, tocou-o também. Vontade de pedir silêncio. Porque não seria necessária mais nenhuma palavra um segundo antes ou depois de dizerem ao mesmo tempo:
- Quero ficar com você.
Provaram um do outro no colo da manhã.
E viram que isso era bom."

11 de abril de 2010

"Chega em mim sem medo, toca no meu ombro, olha nos meus olhos, como nas canções do rádio. Depois me diz: — “Vamos embora para um lugar limpo. Deixe tudo como está. Feche as portas, não pague as contas nem conte a ninguém. Nada mais importa. Agora você me tem, agora eu tenho você."
"— Dane-se. Comigo sempre foi tudo ao contrário."
"Contou desculpas nos dez dedos das mãos abertas em frente ao espelho. Não satisfeita, recorreu aos dos pés. Recorreria a outros, se mais tivesse. As desculpas se acumulavam me entende, eu não quis, eu não quero, eu sofro, eu tenho medo, me dá a tua mão, entende, por favor. Eu tenho medo, merda!"
"Não leve a mal alguma dureza dita. É porque te quero claro."
"E suspeitou: por mais que tentasse racionalizá-la ou enquadrá-la, ela sempre ficaria muito além de qualquer tentativa de racionalização ou enquadramento."

"Porque não suportava mais todas aquelas coisas por dentro e ainda por cima o quase-amor e a confusão e o medo puro [...]"
"[...] Que vontade escapista e burra de encontrar noutro olhar que não o meu próprio - tão cansado, tão causado - qualquer coisa vasta e abstrata quanto, digamos assim, um Caminho."

"Querer um sentido me leva a querer um depois, os dois vêm juntos, se é que você me entende."

'Beber é algo emocional.
Faz com que você saia da rotina do dia-a-dia, impede que tudo seja igual.
Arranca você pra fora do seu corpo e de sua mente e joga contra a parede.
Eu tenho a impressão de que beber é uma forma de suicídio
onde você é permitido voltar à vida e começar tudo de novo no dia seguinte.
É como se matar e renascer.
Acho que eu já vivi cerca de dez ou quinze mil vidas.'

"Sempre tive a sensação de mal-estar no mundo, uma sensação de não caber no meu espaço, um desconforto diante de meus pares – eu me pergunto: tenho pares? Eu sabia que em mim há uma mulher que tento esconder ferozmente. Tenho medo que as pessoas identifiquem meus excessos, essa quantidade absurda de pernas e braços que camuflo sob a roupa que visto. O que diriam se soubessem das muitas que vivem em mim e tentam bravamente, numa luta corporal, projetar-se do meu corpo? Tomariam-me por uma aberração?"
"O que não é planejado emociona bem mais do que confirmar expectativas."
"Ontem chorei. Por tudo que fomos. Por tudo o que não conseguimos ser. Por tudo que se perdeu. Por termos nos perdido. Pelo que queríamos que fosse e não foi. Pela renúncia. Por valores não dados. Por erros cometidos. Acertos não comemorados. Palavras dissipadas.Versos brancos. Chorei pela guerra cotidiana. Pelas tentativas de sobrevivência. Pelos apelos de paz não atendidos. Pelo amor derramado. Pelo amor ofendido e aprisionado. Pelo amor perdido. Pelo respeito empoeirado em cima da estante. Pelo carinho esquecido junto das cartas envelhecidas no guarda- roupa. Pelos sonhos desafinados, estremecidos e adiados. Pela culpa. Toda a culpa. Minha. Sua. Nossa culpa. Por tudo que foi e voou. E não volta mais, pois que hoje é já outro dia. Chorei. Apronto agora os meus pés na estrada. Ponho-me a caminhar sob sol e vento. Vou ali ser feliz e já volto."
"Eu quero mesmo é alguém me faça mudar completamente de opinião.
Que faça meu corpo querer companhia nos momentos em que minha mente insiste pela solidão.”
"Queria consultar búzios, runas, pai, mãe, de santo ou não, qualquer coisa que me APONTASSE O RUMO."
"Só posso estar na vida das pessoas, se for para fazê-las crescer, do contrário, sou perfeitamente dispensável"
"Temos um problema geográfico. Você quer abraçar o mundo e eu ficaria contente em abraçar você."
"Preciso de alguém que me segure com a boca."
— E você, por que desvia o olhar?

(Porque eu tenho medo de altura. Tenho medo de cair para dentro de você. Há nos seus olhos castanhos certos desenhos que me lembram montanhas, cordilheiras vistas do alto, em miniatura. Então, eu desvio os meus olhos para amarra-los em qualquer pedra no chão e me salvar do amor. Mas, hoje, não encontraram pedra. Encontraram flor. E eu me agarrei às pétalas o mais que pude, sem sequer perceber que estava plantada num desses abismos, dentro dos seus olhos.)

— Ah. Porque eu sou tímida.
"Você me provoca, você me pertuba. Joga água e sai correndo. Atira a pedra e me acerta de raspão. Me espia no escuro e mostra a língua. Me xinga. Me atiça. Invade o meu sossego. Meu refúgio. Pisa no meu ninho com os sapatos sujos. Na minha toca. Sem saber o meu tamanho, até onde vai meu bote, você me provoca achando que não há perigo. Sem conhecer a força da minha mordida, o tamanho dos caninos. Você me provoca sem esperar a picada. Sem saber que ainda não inventaram antídoto pro meu tipo de veneno..."

9 de abril de 2010


"Essa é a verdadeira experiência da liberdade: ter a coisa mais importante do mundo, sem possuí-la."

''Não escreva nada, não nos procuramos mais: um dia nos cruzamos por acaso, de repente, e então vemos o que aconteceu a nossos rancores e reagimos de acordo com isso.''
"[...]Gosto de pessoas doces, gosto de situações claras — e por tudo isso, ando cada vez mais só. É como me sinto melhor.''

''O meu mundo não é como o dos outros,
Quero demais, exijo demais;
Há em mim uma sede de infinito,
Uma angústia constante que eu nem mesma compreendo,
Pois estou longe de ser uma pessoa;
Sou antes uma exaltada, com uma alma intensa, violenta, atormentada,
Uma alma que não se sente bem onde está,
Que tem saudade… sei lá de quê!'
"Très simple avec son enthousiasme
à sa droite et son désespoir à sa gauche."
"É triste saber que falta alguma coisa e saber que não dá pra comprar, substituir, esquecer,
implorar.
É triste lembrar como eu ria com ele.
Mas amor, você sabe, amor não se pede. Amor se declara: sabe de uma coisa?
Ele sabe, ele sabe.''

6 de abril de 2010

"O que acontece comigo é que eu tinha andado de braços fechados. Sem perceber."

(Caio Fernando Abreu)
"(...) aos trancos viemos vindo e eu já nem sei se o que nos cerca agora foi escolha ou solavanco."

(Caio Fernando Abreu)
"Das aprendizagens, ou das possibilidades de:
Querer-colocar-o-outro-na-medida-da-expectativa viola os direitos dos deslimites do ser.
E distancia o amor."

(Cecília Braga)

5 de abril de 2010


''Às vezes dá vontade de desistir de tudo, não sair mais de casa, dormir e dormir.
Acabo sempre acordando cedo no dia seguinte, continuando tudo da mesma forma, na verdade não sei bem pra quê..''
Caio F.
"Quero muito te amar e me encontrar contigo. Mas não sei se conseguiremos — e tenho medo."



Caio F.
"Te busco por telefone, telegrama e telepatia..."



Caio F. Abreu

1 de abril de 2010

"Acho que, se esse ainda não é o caminho certo, pelo menos, é o mais bonito por enquanto... E o que me deixa mais inteira, a cada passo. E fico pensando enquanto avanço: eu amo construir a mesma estrada com você. Eu amo morar no teu abraço."

(Marla de Queiroz)
Continuo a procurar erros de português em todos os cantos. Continuo sarcástica. Continuo ótima ouvinte. Continuo sensível demais. Continuo insensível demais. Continuo a dizer que De onde vem a Calma é a fotografia do meu lado de dentro. Continuo achando quinta-feira o melhor dia da semana. Continuo acumulando leituras indicadas. Continuo a achar que chuva forte é aplauso. Continuo com inveja das pessoas que gostam de café e amendoim. Continuo a me encantar com ternurinhas. Continuo a ter gastura de pessoas cantando inglês errado. Continuo a ter medo de panela de pressão. Continuo sem cachos. Continuo a não usar batom. Continuo preferindo a calça jeans. Continuo a ver duplo sentido em quase tudo. Continuo a achar melancia uma fruta alegre, porque cada talhada é um sorriso. Continuo achando que preciso usar óculos. Continuo com preconceito musical. Continuo com preguiça de gente. Continuo a sorrir quando vejo uma câmera fotográfica. Continuo a não saber dar parabéns além do básico: parabéns! Continuo preferindo coxinha a brigadeiro. Continuo a sentar na grama. Continuo a me tranquilizar quando a chuva cai lá fora. Continuo na minha sozinhez. Continuo a brigar com minha escolha profissional. Continuo a pedi-la em casamento todos os dias. Continuo a achar que catchup, purê de batatas e diamante negro são invenções dignas. Continuo a ficar com a cara amarela quando chupo manga. Continuo a tchutchar o pão no prato de sopa. Continuo a achar que pra caralho é uma expressão que intensifica as coisas pra caralho. Continuo pagã. Continuo a ter que me cobrir da cintura até os joelhos, mesmo que o calor seja imenso, ou então não durmo. Continuo a não ser mulherzinha. Continuo a não ter amigas mulherzinhas. Continuo com as pernas inquietas que dançamcrises de enxaqueca durante implosões. Continuo a tirar o esmalte com os dentes deixando o chão cheio de pontinhos vermelhos, quando ansiosa. Continuo solta. Continuo amante de praias. Continuo a usar close-up verde. Continuo a ficar tonta na rede. Continuo monstra quando acordo e mais ainda quando sinto dor. Continuo achando a acústica do banheiro algo sensacional. Continuo a contar meus mais amigos nos dedos da mão direita. Continuo com doses de melancolia. Continuo a voar para dentro das pessoas quando vejo pedacinhos meus por lá. Continuo a ver um lado escondido quando o espelho me enfrenta. Continuo a chorar de repente, do avesso, florindo. E depois, planto sorrisos. Continuo a me gastar de maneiras lindas...